quarta-feira, 20 de maio de 2009

Trevos irlandeses nos pampas gaúchos?

quarta-feira, 20 de maio de 2009 0

10493 km aéreos separam Porto Alegre de Dublin, na Irlanda. Mas quem estiver pela capital gaúcha não precisa percorrer toda essa distância, nem gastar com passagens de avião, hospedagem, etc... para poder desfrutar daquilo que um bom pub irlandês oferece. Embora a maioria de nossos bares tenha um estilo bem brasileiro, alguns como o Mulligan , o Shamrock e o Dublin levam o conceito de irish pub até no nome.

Ao conceber a ideia do Mulligan Irish Pub, Paulo Kuhn, que já era proprietário do Cherry Blues Pub, resolveu ir mais afundo na concepção dos típicos bares do país de Joyce. Se das viagens feitas anteriormente havia trazido a paixão pelos estabelecimentos como o que pretendia abrir, na hora de decorá-lo trouxe todos os móveis necessários e mais uns souvenirs. A bandeira, a manta decorativa, as mesas, as cadeiras e até o balcão vieram da Irlanda. À época da inauguração, "apenas o pôster do U2 era brasileiro", conta o gerente Aparício Gomes. "Com o tempo é que mais coisas daqui acabaram entrando na decoranção", acrescenta.

A principal bebida servida no local não poderia de ser outra senão a bicentenária cerveja Guiness. Contudo, as nacionais da marca Eisenbahn são as mais consumidas pelos frequentadores da casa, onde também é possível encontrar outras marcas nacionais e importadas, todas de qualidade superior pois, conforme o lema do site do Mulligan "life is too short to drink cheap beer" (a vida é muito curta para se tomar cerveja barata).

Os pratos servidos no local, buscam seguir a linha da culinária irlandesa, como o boxty, massa de panqueca feita de batatas recheada com ingredientes variados. Alguns outros tiveram de ser adaptados ao gosto brasileiro, como o Irish Breakfast.


Originalmente composto por omelete de bacon e cogumelos, servido com torradas e chá, este teve de ser cortado do cardápio pois ninguém o consumia, preferindo as cervejas. Lucas já frequentava o pub da Padre Chagas há anos. Esse ano, porém, teve a oportunidade de ir até a Irlanda conhecer os originais e fazer uma comparação. Segundo ele, que passou as primeiras cinco semanas de 2009 na Irlanda, os pubs irlandeses não se concentram tanto em servir comida: "têm poucos pubs que servem comida. Na maior parte dos lugares, a cozinha fecha as 19h". Outro diferencial é a maneira do atendimento: na Irlanda não se paga por tudo que se consumiu apenas no final da noite - todos os pedidos têm que ser pagos na hora. No final das contas, Lucas diz que a carne servida na Irlanda não se compara à que se serve por aqui: "o único lugar que me serviram uma carne aceitável foi em Galway", apontando assim um fator que não precisa ser emulado nos irish pubs locais.

Na rua Viera de Castro, logo ao lado do parque da Redenção, encontra-se o primeiro pub tipicamente irlandês de Porto Alegre, o Shamrock Irish Pub. Fundado por Simon Nesbitt, um irlandês que veio morar na capital gaúcha, o Shamrock derivou seu nome e logomarca do símbolo irlandês do trevo de três folhas, o que já atiçava o imaginário do público que se formou. "Não houve uma explosão imediata do público, até porque a estratégia foi sempre trabalhar com uma divulgação 'boca-a-boca' para que não se criasse um lugar da moda e sim um lugar com história e longevidade" explica Viviane Nesbitt.

O Shamrock tem um cardápio repleto de opções características do pubs europeus, como a combinação de Fish & Chips (peixe grelhado e batatas fritas) com uma pint de Guiness, que contribuí para estimular a capacidade do gaúcho de sentir um "pedaço da Irlanda" quando vai aproveitar a noite no pub. Um aspecto que não pode ser emulado da Irlanda foi o horário de funcionamento: "o horário do Shamrock foi totalmente adaptado, dentro do possível, à cultura dos brasileiros, apesar de ainda abrir mais cedo do que as demais casas noturnas", esclarece Viviane, apontando também a diferença entre o atendimento na Irlanda e no Brasil, já que foi necessário, para consolidar o estabelecimento, contratar garçons, enquanto "nos pubs da Irlanda, os frequentadores sempre buscam a bebida no balcão do bar". Para tornar o ambiente ainda mais aconchegante, o Shamrock oferece também a possibilidade do cliente participar de um jogo de sinuca ou se aventurar no arremesso de dardos, além, é claro, da televisão, para quem prefere descansar e assistir aos jogos de futebol.


Agora, graças a esses bares temáticos, ficou fácil para o peão gaúcho escapar um pouco do pampa e transportar-se para a terra de verdejantes trevos e ruinvos leprechauns. Basta abrir uma porta, andar até o balcão e pedir um pint.


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bares são extensão de universidades

quarta-feira, 6 de maio de 2009 0
Cerveja barata, batata frita e uma roda de amigos. Quem nunca desejou estar no meio desta cena enquanto assistia uma aula interminável na sexta feira à noite? O sofrimento dos estudantes virou oportunidade de negócio para algumas mentes empreendedoras. São cada vez mais frequentes os bares próximos às universidades portoalegrenses, tornando-se ponto de encontro para estudantes que desejam espairecer (ou se entorpecer) entre uma aula e outra.

Nas redondezas do campus central da UFRGS, o Xirú Beer conta com 70% de seu movimento diretamente relacionado à universidade, segundo o gerente Cassiano Martinelli. Os estudantes de direito Rafael Xavier e Morgan Adami fazem parte do grupo que frequenta o bar em um momento específico: os jogos de futebol. “E só depois da aula!”, avisa Rafael. A proprietária do Mariu´s, Lila Matos, conta que seus clientes não são apenas os estudantes: “vêm também funcionários e até mesmo professores”. O Mariu´s está aberto há 35 anos e há cinco aparece como um dos melhores estabelecimentos da cidade na eleição anual produzida pela revista Veja, que destaca o bolinho de bacalhau da casa.

A avenida Bento Gonçalves abriga os bares que atraem os estudantes da PUCRS. O gerente do Maza, Claudir Pereira da Silva, afirma que o local onde o estabelecimento se encontra foi comprado há um ano e meio com o objetivo de buscar o público da universidade. Sempre cheio nos dias de jogos da dupla Grenal, o público do Maza é de "98% de estudantes”, embora alguns professores também frequentem o espaço. Logo ao lado fica o Bar do Russo, que conta com um público fiel. É o preferido de Rodrigo Sanches, estudante de Ciência da Computação, pelo clima de descontração. O Russo, proprietário que dá nome a casa, define o espaço como “o bar da galera”. Seus horários de pico são o intervalo da aula da noite, às 21 horas e a hora do almoço. Deodato Manfroid, proprietário de outro bar perto da PUCRS, é chamado de Alemão por sua fiel clientela. Ele define até mesmo quem vai mais ao estabelecimento chamado Sbornia: estudantes de biologia, informática, engenharia e comunicação.

No entanto, fica a impressão de que não é apenas atrás de distração que estão os clientes destes locais. As amigas Aline Aquino e Christiane Valente, formadas em química pela PUCRS, continuam voltando aos bares perto da faculdade “porque é ponto de encontro com os ex colegas”. Também já formado, Jamal Hawamleh diz que volta sempre ao Russo “para relembrar os velhos tempos”.

Estabelecimentos como esses não são apenas um ótimo negócio para seus proprietários, mas se tornam praticamente uma extensão da universidade. Fazem parte da rotina dos estudantes, que guardam com carinho a lembrança desses espaços de confraternização, onde podem relaxar e conhecer pessoas novas.

Confira os horários de atendimento e a localização dos bares próximos às universidades:
Mariu`s: 7h30 - 1h
Xiru Beer: 8h - 24h
Maza: 14h - 24h
Bar do Russo: 9h - 23h
Sbornia: 11h - 24h



 
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